XAMANISMO

Xamanismo

substantivo masculino

  1. 1.

    fenômeno de natureza mágico-religiosa, característico dos povos siberianos da Ásia setentrional, definido pelas aptidões e capacidades sobrenaturais imputadas a um feiticeiro, o xamã, reconhecido como o líder espiritual das comunidades.

  2. 2.

    p.ext. conjunto de manifestações, ritos e práticas presentes em inúmeras sociedades humanas e centralizadas na figura do xamã, em seu papel de intermediação entre a realidade profana e a dimensão sobrenatural, em seus transes místicos e nos poderes mágicos e curativos que lhe são atribuídos.

 O QUE É XAMANISMO

Por: Léo Artese

O xamanismo é a mais antiga prática espiritual, médica e filosófica da humanidade. Hoje médicos, advogados, donas de casa, psicólogos, espiritualistas, místicos, estudantes, executivos, e pessoas das mais variadas crenças estão estudando e aplicando o xamanismo.

Os rápidos resultados, introvisões de profundo significado, o contato com realidades ocultas, a obtenção de auto-conhecimento, a busca do poder pessoal, contribuem para o interesse nas práticas.

O xamanismo é um conjunto de crenças ancestrais. Sua prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde. Propicia tranquilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.

O xamã pode ser homem ou mulher. É o mago, o curandeiro, o bruxo, o médico, o terapeuta, o conselheiro, o contador de estórias, o líder espiritual, etc.

Ele é o explorador da consciência humana. O praticante é levado a sair do torpor convencional, reconhecendo os seus limites, a sua limitada visão pessoal do mundo, buscando um plano mais universal.

Através de um chamado interior ele vive um confronto existencial que o força a sair de uma zona de conforto, do falso brilho, da alienação.

Reforçando a coragem e a determinação, o praticante mobilizado por visões, introvisões e vivências, expande a sua consciência, podendo processar transformações de profundas proporções na sua vida. O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta.

Praticar xamanismo é ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.

A premissa básica é o reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado.

O praticante compreende o “Espírito Essencial” que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. Ele sabe quem ele é e como se relaciona com o Universo.

O reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e da compreensão que o verdadeiro poder está dentro de cada praticante, e provém do desenvolvimento de seus próprios dons.

Hoje, no planeta, a vibração está mais alta do que nunca. As pessoas se preocupam cada vez mais com o autoconhecimento e fazem a si mesmos uma pergunta : “O que eu realmente devo fazer na vida?” Nesta busca deparam-se com barreiras, seja com relacionamentos, trabalho, saúde, carreira e etc.

O maior obstáculo para o crescimento é a inércia, que cria a insensibilidade, pois priva o indivíduo de novas possibilidades, cria passividade com relação à vida. Cria falta de vitalidade, limita a criatividade e predispõe ao papel de vítima. A consciência se limita a fugir, a ter medo. A vítima fica sempre vivendo as sombras do passado e com medo do futuro.

As práticas xamânicas compelem a mente a viver dentro do coração, até que a mente ignorante seja destruída. Isso se manifesta quando o ser se revela espontaneamente. Na verdade, o antigo modo de viver acaba, abrindo caminho para um jeito mais consciente.

Quando se aproxima o verdadeiro propósito da alma, tudo da natureza interior vem a tona. A pessoa entra em um processo mais rápido de transformação pessoal. Quando convidamos o amor para despertar poderes mais profundos, trabalhar nos desafios torna-se uma aventura.

O praticante explora a estrutura de sua própria consciência e vai compreendendo como os fatos acontecem na sua vida, deixando de ser vítima das circunstâncias. Sente-se inspirado pelos desafios e aprende a utilizar a energia de forma a caminhar no Amor, Paz e Luz.

Praticando a sabedoria das antigas tradições adaptadas ao mundo atual e ao estado atual da alma humana, o trabalho é feito com tambores e outros instrumentos de poder, canções, meditações, danças, respirações, visualizações, histórias, vivências e muito, muito amor.

O XAMANISMO NO GRUPO CELEBRAÇÃO

Embora não pratiquemos em nossos ritos nenhum tipo de curandeirismo, acreditamos que os trabalhos com Ayahuasca também são trabalhos de cura, no sentido de que os insights trazidos pelo sacramento propiciam uma melhora nos aspectos espirituais e psíquicos dos participantes.

As pessoas que utilizam a bebida por longo tempo relatam o abandono de vícios e comportamentos perniciosos, alterações positivas em seu comportamento social, no relacionamento afetivo e familiar, no ambiente de trabalho, na alimentação, em suma na vida como um todo, o que, naturalmente, também propicia benefícios em termos de saúde física.

Durante nossos rituais, também utilizamos de outras práticas xamânicas como complemento para as grandes capacidades curativas já existentes na bebida: louvamos aos Caboclos, entidades encantadas da Umbanda que possuem grande ligação com o Xamanismo ao agirem como “pajés do astral”. É na força desses seres de luz que utilizamos nos rituais diversas ervas sagradas na forma de benzeções e defumações. Entre essas ervas podemos destacar tabaco, arruda, alecrim, guiné, manjericão e flores diversas, entre muitas outras.

Também complementamos os poderes curativos do sacramento com outras medicinas de poder de origem indígena: o Rapé e a Sananga – sobre os quais seguem mais informações.

RAPÉ

 O uso do rapé é ancestral e presente em diversos lugares e épocas da história. Durante a colonização do Brasil, os indígenas e pajés da floresta já faziam uso do rapé como medicina e do seu poder espiritual nos cerimoniais da tribo. Muitos europeus que vieram ao Brasil na época experimentaram o rapé.

Até hoje os pajés usam rapés antes de entrar na mata para se harmonizarem com os seres da floresta. Já os índios o utilizam como forma de ligação do seu espírito com o mundo espiritual. “Passar rapé” é o termo usado durante o ritual xamânico e a substância está sempre presente nas pajelança dos índios da região amazônica, em especial os que vivem no Acre.

Rapé é um pó fino composto de ervas e tabaco moídos. Os índios acreditam que sua aspiração representa absorver energia dos espíritos que acompanham o pajé, sua ancestralidade e os seres espirituais que habitam a floresta.

A passagem do rapé pelo pajé em sua tribo significa que ele está enviando a sua boa energia, a energia de cura. E a fumaça que sai do o inalador do rapé, por meio de sopro do pó fino, promove uma “dança de energias”, segundo relato do cacique Busã da aldeia dos Shanenawás do baixo rio Envira, Acre.

O rapé é feito de tabaco e outras ervas e cinzas de árvores. Uma vez misturado, é moído e transformado em um pó fino e aromático. Ele é aspirado ou soprado pelas narinas.

O tabaco xamânico não é industrializado, sendo originado e colhido na floresta, de plantas extremamente poderosas, curativas, e que estão em seu estado original, com toda potência natural.

Receitas amazônicas apresentam diferentes ervas além do tabaco em seu composto como casca da copaíba, cumaru de cheiro (casca da cerejeira), canela-de-velho, sunum (pau-pereira), entre outras cinzas oriundas de cascas de árvores também medicinais.

Considerada uma medicina poderosa, este fumo para inalar apresenta benefícios no combate à sinusite, enxaqueca e outros males físicos, mas seus efeitos são antes de tudo espirituais. Em combinação com a Ayahuasca, ele potencializa as capacidades mediúnicas do usuário e reequilibra as energias etéreas de seus corpos sutis.

Alertamos para o fato de que RAPÉ VICIA por possuir tabaco em sua composição. Portanto, deve ser utilizado com responsabilidade e cautela, de preferência só durante os rituais.

SANANGA

Sananga é o sumo extraído das raízes de uma planta amazônica, cujo nome indígena é “Mana Heîns”, nome oriundo do dialeto Hãtxa Kuî, falado pelos Kaxinawás. 

O nome científico da Sananga é Tabernaemontana Sananho e a substância ativa é a Ibogaína e ela  já vem sendo utilizada pelos índios da região amazônica há muitos séculos. Só a partir do final do século XX começou a ser utilizada por populações não indígenas.

A Sananga é um colírio utilizado pelos índios para curar a Panema, um tipo de “má sorte”, “desgraça” e “infelicidade” que pode envolver às vezes o indivíduo. “Incapacidade” talvez seja a melhor interpretação. Porém, os índios também utilizam a Sananga para curar Catarata e doenças bacterianas dos olhos, como conjuntivite, terçol, vermelhidão e irritações. 

O sumo da Sananga apresenta uma coloração verde-amarronzada. Quando cai no olho arde bastante por cerca de 3 minutos, lembrando uma gota de pimenta, Depois, vem uma sensação de leveza e suavidade ocular.

Durante o ardor provocado pela Sananga, a pessoa sente que a região da testa, onde se encontra a glândula epífese também está sendo mexida energeticamente. Isso elimina dores de cabeça e ajuda a eliminar o catarro próprio de rinites e sinusites. 

Quando a pessoa abre os olhos percebe o mundo mais colorido e vivo, assim como focaliza as imagens do mundo material com mais precisão e nitidez. No aspecto sutil, acredita-se que a Sananga “abra a visão espiritual”, ampliando as visões (mirações) e algumas capacidades mediúnicas como a clarividência. 

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