Omolu

Obaluayê, homenageado no dia 16 de agosto, também é conhecido como Omolu ou Xapanã. É um Orixá relacionado às doenças e sua cura, uma espécie de médico do Astral. Quando se apresenta em sua forma jovem, ele é Obaluayê, sincretizado com São Roque, santo protetor de pestes e doenças contagiosas. Quando se apresenta em sua forma velha, é Omolu, sincretizado com São Lázaro, que foi ressuscitado por Jesus 4 dias após sua morte. Dois santos, portanto, que assim como Obaluayê transitam entre os planos da vida e da morte, da saúde e da doença.

Omolu também se relaciona às grandes mudanças e transformações, guiando os espíritos no momento do desencarne e da reencarnação. Lembra as atribuições de Shiva no Hinduísmo, o Deus que destrói para que o novo possa surgir.

Omolu rege três elementos: em primeiro lugar a terra, mas também o fogo e a água, considerando-se o fogo e a água presentes na terra: a lava e a lama.

Na Mitologia africana, Omolu é filho de Oxalá e Nanã. Oxalá era casado com Yemanjá e, portanto, Omolu foi fruto de um adultério. Por conta deste erro, o bebê contrai varíola e fica coberto de pústulas. Para proteger a vida dos moradores da aldeia, Nanã entrega Omolu para ser criado por Yemanjá.

Ao se tornar adulto, Omolu cobre seu corpo com um manto de palhas para esconder as marcas da doença. Simbolicamente, esse manto significa o véu que encobre os grandes segredos. O manto, portanto, serve para ocultar, mas também para nos proteger de encarar aquilo que ainda não estamos prontos para ver.

O mito do curador-ferido presente em Obaluyê lembra o mito grego de Quiron (ou Sagitário) que foi ferido acidentalmente por Hercules e, depois, se transformou num deus da cura.

Que o Pai Omolu nos abençoe com muita saúde! Atoto, Baluayê!

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