Diferença entre Animismo e Mistificação

30 de April de 2018 0 By Grupo Celebração

Há duas categorias básicas de fenômenos do psiquismo humano: os ANÍMICOS (do grego anima = alma) e os MEDIÚNICOS.

Dizendo de forma simples, anímico é tudo que é expressão do médium encarnado e mediúnico é tudo que é expressão do espírito ou entidade comunicante. 

As duas vias de comunicação se sobrepõem, de forma que não é fácil discernir quando um fenômeno é exclusivamente mediúnico ou anímico.

Todas as manifestações mediúnicas (psicofonia, psicografia, vidência, audiência, intuição, cura, incorporação etc.) trazem o teor anímico do médium, uma vez que este não age como uma máquina, na recepção e transmissão da mensagem do Espírito comunicante. Ele sempre funciona como um intérprete do pensamento do Espírito, imprimindo naturalmente às comunicações mediúnicas que intermedia características peculiares de sua personalidade (trejeitos, vícios de linguagem, repertório cultural etc.).

Nos rituais, quando acontecem incorporações MECÂNICAS (com total domínio do espírito sobre o médium), podemos falar em pura manifestação mediúnica. Mas, como já ressaltamos em outro Post, esse tipo de manifestação não é a mais adequada. Defendemos que o médium deve estar treinado e equilibrado para ter sempre o controle da sua consciência e do seu corpo, do seu “aparelho” (jargão daimista para designar os corpos físico, mental e espiritual). Em suma, o médium deve sempre evitar a completa perda de controle.

Felizmente, a maioria das incorporações que ocorrem nos rituais são SEMI MECÂNICAS ou INSPIRADAS, isso é, existe uma parcela de atitudes do médium que são fruto de sua própria consciência e livre arbítrio e uma parte delas que são induzidas pela entidade. Acontece, portanto, uma “parceria” entre espírito comunicante e médium, uma manifestação mista, com componentes anímicos e componentes mediúnicos em diferentes proporções.

Nos casos em que não existe nenhuma influência espiritual e o médium simplesmente imagina estar incorporado, temos um caso de PURO ANIMISMO.

Nos casos em que não existe nenhuma influência espiritual e o médium finge estar incorporado por algum mecanismo egóico (para mostrar aos outros que é um bom médium, por exemplo), já caímos num caso de MISTIFICAÇÃO – que quer dizer, simplesmente, mentira.

A Mistificação também é usada por médiuns que querem manipular os outros em troca de benefícios de qualquer tipo. Por exemplo, um dirigente espiritual que quer obrigar as pessoas a não visitarem outras casas e cobra lealdade dos participantes falando em nome de algum espírito ou entidade.

Mesmo em casos onde há real parcela mediúnica, o lado anímico pode descambar para atitudes de mistificação como as citadas.

O grande perigo da Mistificação é que ela é uma porta aberta para a OBSESSÃO, assunto que será tratado em outro Post.

O que podemos concluir desse estudo é que os médiuns devem sempre buscar um máximo de sinceridade para consigo mesmos e para com os outros no que diz respeito ao que manifestam nos rituais, evitando ao máximo a Mistificação. Quanto ao Animismo e à Mediunidade, eles  sempre andarão juntos em diversos graus, e são bem-vindos em nosso salão.